IMOBE 2025 | MARÇO "ANO DA PROVISÃO E DA FRUTIFICAÇÃO"
CADÊ O FOGO?
Graça e paz, amados irmãos!
2 Coríntios 3: 16 a 18 "Contudo, quando alguém se converte ao Senhor, o véu é retirado. O Senhor é o Espírito; e onde quer que o Espírito esteja, ali há liberdade. Mas todos nós, que com a face descoberta contemplamos, como por meio de um material espelhado, a glória do Senhor, conforme a sua imagem, estamos sendo transformados com glória crescente, na mesma imagem que vem do Senhor, que é o Espírito. O apóstolo é fiel ao ministério."
Não obstante, este texto falar da graça e da obra de Cristo desnudando o véu e nos trazendo acesso ao nosso Deus e toda sua multiforme graça e redenção, quero apresentar um lado importante que é o cuidado que devemos ter de não colocarmos o véu da frieza da letra ou da religiosidade, pois também enquadrarmos tudo em regras pode ser perigoso. Falo de regras que muitas vezes tiram uma liberdade de culto, como se voltássemos a ficar no velho testamento, não com os rudimentos dos sacrifícios e regras mosaicas, mas num perigoso enquadramento da fé apenas numa teologia ou doutrina de letras frias. Vemos várias vezes na palavra do Senhor lenço curando (Atos 19:20) gente tendo visões, Deus falando e agindo de forma extraordinária e se nos ocuparmos de colocar tudo na caixinha do conhecimento corremos o risco de ir para outro extremo, que é sermos frios e letrados, longe das experiências divinas com o Eterno porque nós não compreendemos algumas coisas ou não conseguimos prová-las de forma sistemática. Jesus come e bebe com pecadores e João Batista comia gafanhoto e mel e não era muito sociável, mas ambos têm sua importância para nossa fé e testemunho, mas e aí, quem está certo, Jesus ou João Batista? Não tem certo ou errado, aqui são experiências e a fé cristã ao longo de sua história viveu não só dos concílios e dogmas, mas também de experiências e muitas vezes estas experiências divinas e comprovadamente verdadeiras em Deus não tinham um código de conduta ou uma sistematização.
2 Coríntios 3: 6. “Ele nos capacitou para sermos ministros de uma nova aliança, não da letra, mas do Espírito; porquanto a letra mata, mas o Espírito vivifica!"
Então, façamos tudo longe da palavra e como queremos? Não!
Façamos tudo com decência e ordem, mas não apagando o Espírito, pois isso não é bom.
1 Tessalonicenses 5: 19 a 22 “Não apagueis o fulgor do Espírito! Não trateis com desdém as profecias, mas, examinai todas as evidências, retende o que é bom. Afastai-vos de toda a forma de mal.”
Não devemos aceitar nada que diga o contrário que a Glória deve ser sempre de Deus, que só há um senhor e salvador que é Jesus o Cristo, não podemos aceitar nenhum outro manual de fé e prática que não seja a Bíblia, e outras tantas doutrinas básicas que nos fazem cristãos, mas também não podemos colocar um véu do conhecimento apenas teórico e esquecermos especificamente da ação do Espírito Santo e nas suas ações em nós seres humanos e na forma alegre, dinâmica, envolvente e liberal no bom sentido da palavra de adoramos a Deus. Não podemos esquecer que várias experiências que os homens do passado da igreja cristã tiveram foram totalmente uma ação divina! Não podemos esquecer que somos avivados e todo cristão da nossa comunidade precisa não só acreditar como experimentar os dons espirituais e suas manifestações com decência e ordem. Foi o apóstolo Paulo, tão falado e seguido pelos reformados, que disse:
1 Coríntios 12: 28 a 31 “Assim, na Igreja, Deus estabeleceu alguns primeiramente apóstolos; em segundo lugar, profetas; em terceiro, mestres; em seguida, os que realizam milagres, os que têm dons de curar, os que têm dom de prestar ajuda, os que têm dons de administração e os que falam diversas línguas. Acaso são todos apóstolos? São todos profetas? Ou são todos mestres? Todos têm o dom de realizar milagres? Todos têm dons de curar? Falam todos em línguas? Todos as interpretam? Contudo, buscai com zelo os melhores dons. “Ele Paulo nos orienta a buscar os melhores dons e aqui melhor no que tange a cada um, mas ele incentiva a buscar. Nós da Igreja Metodista Terra Fértil incentivamos e promovemos o ensino bíblico e teológico, mas não podemos e não queremos deixar de lado a unção de cura, de avivamento, de oração, de poder de Deus, de uma prosperidade nascida em Deus e outras tantas experiências fortes e poderosas em Deus. A nossa comunidade não pode perder a essência da espiritualidade simples e empírica das coisas do Espírito Santo na vida do Imobeano. Não podemos encaixotar tudo que já fomos porque hoje conhecemos mais, isso é um risco. A importância de dar lugar a Deus e receber dEle o fluir do Espírito Santo deve ser mantida e incentivada.
O conhecimento muitas vezes libertou o homem, mas muitas vezes o enclausurou no esfriamento espiritual, tendo medo de dar lugar a revelações e manifestações de Deus. Que não sejamos como Adão, que conheceu muito e perdeu tudo.
Mas vale um cristão com pouco conhecimento e muita experiência com Deus do que um doutor longe da experiência com o Espírito Santo. O conhecimento de Salomão não o livrou de terríveis pecados (1 Reis 11: 5 a 8) mas a essência sincera da moça de Naamã (2 Reis 5: 3), fez dela uma grande abençoadora.
Então, o que fazemos? Tudo! Estudamos, mas não deixemos as coisas simples de ser igreja avivada e não deixemos, por exemplo, de sentir o fogo de Deus porque não temos como provar que sentimos.
Sejamos o que somos, mas não mudemos a essência da nossa igreja, que é uma espiritualidade acirrada e com experiências muitas vezes fortes do poder de Deus.
Chegamos até aqui e crescemos assim! Deus é o senhor!
Que Deus nos abençoe e que nos voltemos às experiências de choro e alegria, cânticos espirituais e pés nos chãos onde os sapatos já não cabiam de tanta unção de Deus. A unção sendo derramada no ministério e atingindo a igreja como raio!
Que possamos falar em línguas quando Deus se manifestar, que possamos profetizar se assim o Espírito Santo desejar, que possamos, vez por outra, até mesmo quebrar o protocolo e deixar a igreja chorar e pular de tanta alegria e presença de Deus. Que possamos entender que o óleo ungido não faz mal nenhum e já vimos muitas curas e libertações na quarta-feira, que tenhamos cuidado para onde estamos levando nossa vida com Deus e principalmente nossa identificação com nossa igreja local que é avivada e muitas vezes fora da caixinha.
Que Deus nos ajude e que o Doce Espírito Santo tenha lugar em nós e faça através de nós.
Rev Pablo Ramalho